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Planta de produção do IBMP completa 10 anos e reforça a atuação estratégica da unidade para área de saúde

Nesse mês de agosto, a planta de produção do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) completa 10 anos de fundação. Com uma área produtiva de 2200m² certificada em Boas Práticas de Fabricação (BPF), a unidade se destaca atualmente como um moderno centro de produção e desenvolvimento de insumos para a saúde. Seu principal produto é o Módulo de Amplificação do kit NAT HIV(aids)/HCV(hepatite C)/HBV(hepatite B) fornecido ao Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos /Fiocruz). O teste garante a segurança transfusional em toda a hemorrede pública brasileira e utiliza uma plataforma automatizada com grande capacidade de processamento, o que permite analisar, simultaneamente, até 552 bolsas de sangue com alta rastreabilidade e sensibilidade.

Em entrevista, o diretor-presidente do IBMP, Pedro Barbosa, apresenta a atuação do Instituto nessa última década, faz um panorama histórico da unidade e fala sobre as perspectivas para o futuro.

No mês de agosto, a planta de produção do IBMP completa 10 anos de fundação. Poderia nos dar um panorama da contribuição desse trabalho para a saúde no país?

O atual IBMP é fruto de bem sucedidas pesquisas e desenvolvimento tecnológico da Fiocruz.  A sua planta nasce com o propósito de produzir originalmente o Kit NAT de controle de qualidade do sangue em todos os hemocentros brasileiros.  Nesses 10 anos, são mais de 30 milhões de bolsas testadas, através de produto final fornecido por Bio-Manguinhos/Fiocruz ao Ministério da Saúde e distribuído a toda a hemorrede pública.  Mais de 80% do sangue do país é testado com kits produzidos a partir do IBMP.  Mas isso é hoje apenas parte do trabalho.  A planta produz ainda o kit Zika/Dengue/Chikungunya(ZDC), que também é finalizado em Bio-Manguinhos e entregue aos laboratórios de saúde pública em todo o país.

A tradição e missão em gerar novas soluções e produtos de qualidade para a saúde é também continuadamente aprimorada.  O IBMP é hoje importante centro de desenvolvimento tecnológico para novos kits e produtos para a saúde.  Recentemente, entregou ao Ministério da Saúde um novo kit para diagnóstico de febre amarela.  Há dezenas de novos produtos em desenvolvimento nos seus laboratórios, de modo a contribuir para a autonomia e qualidade de sistema de saúde do país.

Como avalia o crescimento da produção do IBMP, a trajetória da planta nessa última década?

A planta de produção é certificada pela ANVISA em Boas Práticas de Produção, condição para operar e entregar produtos seguros e de qualidade.  Atualmente atende demanda nacional dos kits NAT de controle do sangue para HIV e Hepatites B e C. Estamos introduzindo um novo produto, NAT Plus, fruto da incorporação no mesmo kit do controle da malária, desenvolvido nos laboratórios de pesquisa de Bio-Manguinhos/Fiocruz.  Esse teste aguarda registro da ANVISA para entrar em produção regular.

A produção segue aumentando, já incluindo novos produtos, como kit diagnóstico para febre amarela, um novo kit diagnóstico para Zika, dengue e chikungunya, com a novidade de identificar os tipos de dengue (1, 2, 3 ou 4) e  o kit para tracoma, todos já fornecidos para pesquisa e em processos de obtenção de registros na ANVISA.  A planta possui capacidade para mais expansão na produção e incorporação de novos produtos, desenvolvidos no próprio IBMP ou junto a parceiros, como é o caso da Fiocruz.

O IBMP lançou recentemente,  um Fundo Patrimonial. Pode reforçar a importância de captar doações para investimentos na produção e no desenvolvimento tecnológico de novos produtos para a saúde?

Trata-se do primeiro Fundo Endowment ou patrimonial criado com a finalidade primordial de apoiar a inovação em saúde.  Estamos ultimando sua organização, de modo que a captação de doações comecem a operar.  No Brasil ainda há pouca cultura para doações a tais fundos, muito comuns nas grandes universidades e centros de pesquisa americanos e europeus.  Infelizmente ainda não há regulamentação para incentivo a doações, como já praticada na área da cultura.  Esperamos que em breve possamos valorizar mais a importância da doação, lembrando da fundamental transparência na operação do fundo patrimonial, com sistema contábil e financeiro segregado das operações do IBMP, bem como práticas de auditoria externa independente, etc.  Na página do IBMP é possível conhecer detalhes, bem como realizar contatos para realizar doações.  Essas visam apoiar e acelerar as pesquisas, gerando efetivas contribuições à saúde no país.

 O IBMP é um Instituto que tem uma forte característica de inovação e a produção da planta está associada diretamente a essa característica. Quais são as perspectivas em relação à atuação do Instituto para os próximos anos? 

Hoje estamos tratando de planejar e programar as ações para os próximos 10 anos.  De um lado incorporando gradativamente novos produtos na planta de produção, mas, sobretudo tratando de melhor estruturar nossas áreas de desenvolvimento de novos produtos.  O IBMP quer ser reconhecido como um centro diferenciado de desenvolvimento tecnológico em saúde, um centro de inovação em saúde, entregando cada vez mais produtos e soluções para a saúde, fortemente no campo do diagnóstico, mas também contando com projetos em áreas de moléculas terapêuticas. Importante nossa estratégia de parcerias com os principais centros de pesquisa e produção em saúde no país, em especial a Fiocruz e o TecPar, nossos fundadores e parceiros.

Numa perspectiva de inovação aberta, cooperativa, as parcerias internacionais também fazem parte dos planos, com algumas já sendo realidade. Assim, seguimos nossa perspectiva de desenvolvimento, com quadros profissionais diferenciados e comprometidos com eficiência e qualidade.  O IBMP vai se consolidando como um arranjo de inovação e produtivo atento as necessidades de saúde do país, contribuindo para maior dinâmica do complexo produtivo de saúde nacional, condição para um sistema de saúde soberano, competitivo e com mais acesso e qualidade à população.

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