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No dia 17 de novembro, a Organização Pan-Americana de Saúde organizou o webinar “Rumo à Eliminação do Câncer do Colo do Útero nas Américas”, para marcar o lançamento oficial do Dia Mundial de Eliminação do Câncer do Colo do Útero e de novas ferramentas regionais para acelerar o enfrentamento da doença.
O encontro reuniu mais de 800 participantes, entre ministros da Saúde, especialistas, pesquisadores, organizações internacionais e representantes da sociedade civil, reforçando o compromisso coletivo para que as Américas sejam a primeira região do mundo a eliminar o câncer do colo do útero.
O evento apresentou experiências bem-sucedidas do Brasil, Chile, Antígua e Barbuda e El Salvador e os planos de eliminação para a América Latina e o Caribe, acompanhando a estratégia global da OPAS que preconiza 90% de cobertura vacinal contra o HPV – 70% de cobertura de rastreamento com teste de alto desempenho – 90% cobertura de tratamento, estabelecidos pela OPAS para acelerar a Eliminação do Câncer do Colo do Útero como problema de Saúde Pública (definida por um limiar de incidência de quatro casos por 100.000 mulheres).
Um dos destaques de Inovação foi o desenvolvimento brasileiro do teste Biomol IBMP HPV Alto risco para fortalecer a estratégia de diagnóstico e rastreamento. O teste desenvolvido e produzido no IBMP, foi registrado na Anvisa em 2023, e passou por validação internacional pelos critérios Meijer, para que tenha um padrão assegurado e comparado aos melhores testes do mundo. A solução detecta 14 genótipos do papilomavírus humano (HPV) e discrimina os genótipos HPV-16 e HPV-18, reconhecidos como maiores causadores de câncer do colo do útero, identificando a presença do vírus no organismo antes da ocorrência de lesões ou câncer em estágios iniciais.
A partir da estratégia da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, lançada em agosto de 2025, o teste molecular HPV Alto Risco substituirá gradativamente o exame citopatológico Papanicolau, que passará a ser realizado apenas para confirmação de casos em que o teste molecular der positivo. Além disso, elimina a necessidade de nova coleta quando o resultado for inconclusivo, pois a mesma amostra serve para todos os exames necessários, acelerando o encaminhamento ao tratamento. Por ser mais eficaz, a nova tecnologia permite ampliar os intervalos de rastreamento para até cinco anos.
O diretor-presidente do IBMP, Pedro Barbosa, apresentou as etapas de desenvolvimento do produto 100% nacional e reforçou a importância das instituições parceiras, como o Governo de Pernambuco, Laboratório da Universidade de Pernambuco, Instituto Nacional do Câncer, Instituto de Medicina Tropical da USP, da Organização Pan-Americana de Saúde e da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde na implementação de “Nós temos compromisso com a vida das mulheres das Américas, e toda a nossa estrutura de desenvolvimento e de produção está a serviço do Brasil e dos países irmãos. Nossa capacidade de entrega é elevada e estamos à disposição dos programas que valorizam a vida”, afirmou Barbosa.
Presenças – O evento contou com a presença do ministro da Saúde do Brasil, Alexandre Padilha, da ministra de Saúde do Chile, Ximena Aguilera, do ministro da Saúde de Antígua e Barbuda, Molwyn Joseph, e do vice-ministro da Saúde de El Salvador, Carlos Alvarenga, que mostraram as iniciativas vindouras em seus países.
O diretor da OPAS, Jarbas Barbosa, reforçou a urgência da ação coordenada destacando o impacto da doença e as metas para 2030. “O câncer do colo do útero é prevenível e curável, mas ainda é uma das principais causas de morte por câncer entre as mulheres. Mais de 708 mil mulheres foram diagnosticadas com câncer do colo do útero na Região das Américas no último ano, e quase 40 mil perderam suas vidas para a doença”.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha apresentou as principais ações do país de vacinação, rastreamento organizado e expansão da oferta de tratamento e destacou o desenvolvimento tecnológico nacional e sua importância regional, como o teste molecular DNA-HPV, desenvolvido integralmente pelo IBMP e lançado em 2025 para fortalecer a estratégia de rastreamento.
“Sem o apoio da OPAS, não seria possível termos alcançado o resultado positivo de hoje termos uma tecnologia 100% nacional com novos manuais de implementação. Estamos à disposição do esforço regional liderado pela OPAS para mais acesso a tecnologias para os países das Américas”, ressaltou detalhando que este novo modelo de rastreamento começou em 12 estados do Brasil, como projeto inicial e será expandido para todo território nacional até o final de 2026.
O Webinar contou ainda com um painel de contribuição de parceiros moderado pelo assessor Regional de Prevenção e Controle do Câncer da OPAS, Mauricio Maza, e com a participação do diretor executivo da Unitaid, Philippe Duneton, da chefe da Área de Saúde da AECID, Oriana Ramírez, da médica Rubio Melissa Lopez Varon, do MD Anderson Cancer Center, do diretor-presidente do IBMP, Pedro Barbosa e do diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da OPAS, Anselm Hennis.
Com informações da Organização Pan-Americana de Saúde