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Presidente do Conselho de Administração do IBMP assumirá o Ministério da Saúde em janeiro

Crédito: Nana Moraes
Na foto, Nisia Trindade Lima recebe um exemplar do Kit Biomol ZDC, primeiro kit registrado na Anvisa pelo IBMP, pelas mãos da gerente de Qualidade, Cristina Reinert e da pesquisadora, Rita de Cassia Pontello Rampazzo.

A presidente da Fiocruz e do Conselho de Administração do IBMP, Nísia Trindade Lima, assumirá o Ministério da Saúde em janeiro de 2023.  O anúncio foi feito nesta quinta-feira (22/12) pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília. Nisia foi a primeira mulher a ser presidente na Fiocruz, cargo que ocupa desde 2017, e também será a primeira mulher a chefiar o Ministério da Saúde.

“A prioridade é usar todo o potencial do [Sistema Único de Saúde] SUS, com os seus serviços próprios, a área que envolve os hospitais filantrópicos, que respondem a 50% das internações do SUS, e também o setor privado para um grande esforço no sentido de colocarmos critérios, indicarmos e sinalizarmos os encaminhamentos de prioridade para a regulação, dando transparência a esse processo”, afirmou a futura ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima. “Esse já é um esforço que estamos trabalhando e tem muitos elementos na transição para nos ajudar nesse sentido. Também pensamos em mutirões em áreas de vazios assistenciais; esse é o foco prioritário, como o próprio presidente Lula vem falando”.

Ao lado de outros pesquisadores, especialistas e ex-ministros, Nísia Trindade Lima integrou o Grupo Técnico da Saúde no governo de transição.

Breve Currículo – Nísia é doutora em Sociologia (1997), mestre em Ciência Política (1989), e graduada em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj, 1980). Foi diretora da Casa de Oswaldo Cruz (1998-2005), unidade da Fiocruz voltada para pesquisa e memória em ciências sociais, história e saúde. Foi vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz (2011-2016), período em que coordenou as Semanas Nacionais de Ciência e Tecnologia na instituição e também a implantação de políticas de acesso aberto, com o objetivo de tornar disponível toda a produção científica da instituição.

Sua obra é referência na área de pensamento social brasileiro, história das ciências e saúde pública. Lecionou e orientou gerações de alunos em todos os níveis de formação, do ensino básico ao pós-doutorado, como docente na Uerj e na Fiocruz.

É autora de dezenas de artigos, livros e capítulos com reflexões sobre os dilemas da sociedade nacional, sobretudo as cisões entre os Brasis urbano e rural, moderno e atrasado. No campo das ciências sociais vem contribuindo através de diferentes iniciativas para o fortalecimento das ações de pesquisa e ensino.

Durante seu mandato como presidente da Fundação Oswaldo Cruz está comprometida com a expansão do papel da Fiocruz na comunidade global de saúde. Participa de programas e redes internacionais nas áreas de História da Ciência e História da Saúde. Foi membro do grupo de trabalho de Plano de Ação Global da OMS (2018), que tem como objetivo otimizar a pesquisa global para os sistemas de saúde dos países, e do grupo consultivo da OMS para a implementação da Agenda 2030 (2019). Foi membro do Comitê Diretor Internacional para supervisionar e facilitar a implementação da Cúpula de Nairóbi sobre a CIPD25 e assumiu a Copresidencia da Rede de Saúde para Todos da UNSDSN em 2019. 

Lidera as ações da Fiocruz no enfrentamento da pandemia de Covid-19 no Brasil. A instituição, dentre outras iniciativas, criou um novo Centro Hospitalar no campus de Manguinhos; coordena no país o ensaio clínico Solidarity da Organização Mundial da Saúde (OMS); aumentou a capacidade nacional de produção de kits de diagnóstico e processamento de resultados de testagens; organizou ações emergenciais junto a populações vulneráveis; ofereceu cursos virtuais, para profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), de manejo clínico e atenção hospitalar para pacientes de Covid-19; lançou manual de biossegurança em escolas; e tornou-se laboratório de referência para a OMS em Covid-19 nas Américas.

Criou o Observatório Covid-19, rede transdisciplinar que realiza pesquisas e sistematiza dados epidemiológicos; monitora e divulga informações, para subsidiar políticas públicas, sobre a circulação do novo coronavírus e seus impactos sociais em diferentes regiões no Brasil. O Observatório Covid-19, por sua vez, está associado ao projeto de organização do Núcleo Interdisciplinar de Emergências em Saúde (NIES), que será um centro de estudos sociais da ciência e da saúde a ser instalado na Fiocruz mediante apoio do Wellcome Trust. 

Como presidente da Fiocruz, Nísia coordenou todo o acordo de encomenda tecnológica na articulação com o Ministério da Saúde do Brasil, a Universidade de Oxford, a farmacêutica AstraZeneca e as unidades de produção locais. Convidada pelo Instituto de Pesquisa em Saúde do Canadá (IRSC), co-preside o Economic Recovery Steering Group, no âmbito da UN Research Roadmap for the Covid-19 Recovery.

Toda a atuação de Nísia Trindade Lima como gestora e intelectual está baseada na promoção do valor social da ciência no Brasil e na realização de ações que aproximem a ciência da sociedade.

Com informações da Agência Fiocruz de Notícias

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